segunda-feira, 26 de maio de 2008

Psicologia Infantil

A psicologia infantil também designada por psicologia do desenvolvimento da criança é uma área que como o próprio nome indica se debruça sobre a criança e o seu funcionamento. É um ramo da psicologia muito vasto que abrange a faixa etária desde o nascimento (ou até desde a gestação), até à adolescência.
Tem como propósito ajudar pais e educadores a compreender os comportamentos das crianças. Quanto mais conhecimentos, estes tiverem sobre a psicologia infantil, mais facilidade têm em identificarem características típicas de crianças e adolescentes problemáticos num meio de outros considerados ajustados. Esta formação deve ser feita por psicólogos e profissionais da área da saúde mental em escolas e centros especializados.

Para o psicólogo infantil perceber bem a criança, é necessário que tenha presente, as diferentes etapas do seu desenvolvimento, desde a gestação até à fase “quase” adulta.
Durante este processo a criança vai ultrapassar fases nas quais se vai desenvolvendo e adquirindo competências que vão ser essenciais para se tornar num adulto saudável tanto física como psiquicamente, desenvolvendo assim também a sua personalidade.
Para um psicólogo infantil a criança em estudo deve ser vista como um todo, emocionalmente e intelectualmente, estando estas duas componentes intimamente interligadas enquanto se vão desenvolvendo.
Segundo os estudos efectuados pelos psicólogos desta área a forma como uma criança desenvolve os seus afectos vai influenciar também a forma do seu desenvolvimento cognitivo.
Quando uma criança aparenta ter dificuldades de aprendizagem, o psicólogo não deve simplesmente avaliar a área cognitiva mas também ter em conta outros factores de avaliação como a vida familiar, cultural e emocional da criança, que poderão impedir a criança de fazer uma aprendizagem adequada.
Por exemplo, uma criança que esteja a vivenciar problemas no seu meio familiar, por vezes não se consegue abstrair deles e concentrar-se nas tarefas escolares.
O inverso também poderá ocorrer pois, uma criança que sinta dificuldades em aprender, pode começar a sentir baixa auto-estima, que se traduz numa imagem negativa de si própria e isso vir a prejudicar ainda mais esse problema.
Inicialmente é a família e o meio onde a criança está inserida que vai determinar o seu desenvolvimento adequado. Isto pressupõe que na sua vida emocional existam uma figura materna e uma figura paterna e que as relações entre si sejam equilibradas. Para uma boa adequação social é necessário que se dê uma boa integração das regras e limites.
Os pais têm que saber dizer NÃO na dose necessária, de forma a que a criança consiga suportar adequadamente a frustração (Strecht, 2005).
O pediatra e psicanalista Winnicot, referia que "a mãe deve ser suficientemente boa", quer com isto dizer que os pais devem corresponder às necessidades dos filhos, mas ensinando-lhes que não poderão ter todas as suas necessidades satisfeitas no imediato.

É importante estar-se atento aos comportamentos das crianças e adolescentes pois, “o desenvolvimento e a maturação da criança são por si fontes de conflitos que, como qualquer conflito, podem suscitar o aparecimento de sintomas” (Marcelli, 2005), por isso, quer em família, quer na escola, é importante que tenham cuidados com os mais novos, de forma a agir o mais rapidamente possível, minimizando assim probabilidade de evolução para um quadro mais patológico.

A psicologia infantil caracteriza-se pela sua intervenção activa em diversas áreas, tais como:
Agressividade / Violência;
Depressão Infantil;
Dificuldades na Alimentação;
Dificuldades em Dormir / Terrores Nocturnos;
Eczemas / Problemas de Pele;
Hiperactividade;
Mau Comportamento;
Medos;
Timidez Excessiva;
Vómitos Constantes.



“Quanto heroísmo não é necessário para vencer e ultrapassar os monstros que povoam a imaginação infantil desde a mais precoce razão!Quanto heroísmo para vencer as injustiças do meio familiar e social!Quanta coragem para que uma criança se tenha de insensibilizar a situações que ultrapassam o seu poder real!Quanta força interior é necessária para a criança se construir a si própria como pessoa, perante a indiferença e o abandono dos maiores!”
(Santos, 1984)